Passeando pelas ruas, não são ruas que vemos. O que vemos?
As pedras das calçadas não são pedras.
Calçadas para nós são o mangue dos caranguejos.
As iluminações são mil contribuições.
As casas são labutas várias.
E as telhas podem ser coxas.
Os aromas dependem dos olfatos.
As cores são o espectro da luz,
E o vazio é espaço de manifestação.
O profano é ponto de vista.
As plantas sentem o que não sentimos
As nuvens são um estágio de outra coisa
E os rios, o lar de incontáveis seres.
As paisagens aprazíveis são despojos,
Enquanto carcaças dão à vida nova.
A solidez das paredes é uma miragem.
A certeza das emoções é um fantasma.
Pelas ruas, não há gatos ou cachorros.
O começo da rua é antes.
E depois é o seu fim.
Ruas, propriamente, não existem.
Não existem ruas,
Ou pessoas nas ruas
Nem calçadas ou praças.
Com amor,
b
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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