quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A cidade

Ando aprendendo a esperar. A deixar vir. Aprendo tambem que sou uma romantica ala Kiekergaard e que muitos antes de mim perguntam, anseiam, duvidam, ficam loucos cheios de perguntas. Tantas possibilidades e tantas decisoes. Um problema. Fico a busca do nao-caos. Dentro de mim.
T.

Para ti

Passeando pelas ruas, não são ruas que vemos. O que vemos?

As pedras das calçadas não são pedras.
Calçadas para nós são o mangue dos caranguejos.
As iluminações são mil contribuições.

As casas são labutas várias.
E as telhas podem ser coxas.
Os aromas dependem dos olfatos.

As cores são o espectro da luz,
E o vazio é espaço de manifestação.
O profano é ponto de vista.

As plantas sentem o que não sentimos
As nuvens são um estágio de outra coisa
E os rios, o lar de incontáveis seres.

As paisagens aprazíveis são despojos,
Enquanto carcaças dão à vida nova.

A solidez das paredes é uma miragem.
A certeza das emoções é um fantasma.
Pelas ruas, não há gatos ou cachorros.

O começo da rua é antes.
E depois é o seu fim.
Ruas, propriamente, não existem.

Não existem ruas,
Ou pessoas nas ruas
Nem calçadas ou praças.

Com amor,
b

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Não é a chuva!

É fácil culpar a chuva pelas catástrofes que ocorrem nos centros urbanos quando convenientemente esquecemos que impermabilizamos o solo; ou devastamos aclives e declives; ou quando nos julgamos bem capazes de reconduzir o fluxo dos rios de acordo com nossos interesses. (B. na Tormenta Magnética Azul)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Jasmim evanescente

O aroma das delicadas flores de jasmim se perde ao sol nascente. (B. no Espelho Cósmico Branco)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Saudades

Oi Pessoal!!!
Estou com saudades de vcs. Estou aqui em sampa, nessa cidade que não dorme e que não para, porém sem nada pra fazer. Aí me lembrei das noites de cerveja até a madrugada e papos cabeças como escutar Mamonas Assassinas!!!!
Mandem notícias....recebi uma ligação muito querido outro dia do Breno que esta com a Florinha e Julian em Paraty....Breno qdo vem pra cá??? E Thais, soube que eles te encontraram no Rio...não volta mais pra sampa não???
Bjos

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Segura que o filho é teu, sampa.

Em meio ao ruído de sampa,
há qualquer solidão.
Mas não é minha.

B. (na Lua Auto-Existente Vermelha)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Um trabalho com Ayuhasca

Convidado para um trabalho com ayuhasca na casa do irmão Aurimar, aprendi que quando a pessoa sente frio é porque o elemental da ayuhasca está num processo de cura; quando sente calor, é porque o processo é de ensinamento.

Segundo Aurimar, a ayuhasca tem o poder de expurgar substâncias tóxicas que eventualmente transitem pelo sangue, através do vômito ou da evacuação. Antes de iniciar o trabalho, que foi das 22h às 5h40, Aurimar explicou que não não é correto misturar ayuhasca com drogas e citou o estatuto original do Daime que veta explicitamente o uso de diversas substâncias, entre as quais maconha, cocaína, morfina, lsd, dentre outras.

Durante o trabalho, sem cessar, músicas se sucedem: hinários da Santa Maria da Conceição, lounges com influência tribal, músicas em sânscrito... As letras das músicas referem-se à harmonia com a natureza, ao processo de auto-conhecimento, homenagens a mestres como Jesus, Buda, Krisna.

Experiência pessoal

Após 40 minutos da ingestão do chá de ayuhasca, comecei a sentir os efeitos, que em mim pareciam como uma bruma densa tomando conta de um lago antes cristalino. Senti vontade de deixar a cadeira onde estava sentado e me sentar no chão. A sensação de bruma tornou-se mais densa e senti vontade de deitar. Paralelamente, havia um estado de atenção claro, não-identificado com a bruma. Ao deitar, comecei a sentir frio, calafrios que duraram até 2 da madrugada, quado vomitei, seguindo-se um estado de serenidade e clareza, grandemente contrastado pelo estado anterior de náusea e bruma. Esse estado de tranquilidade foi imediatamente desconstruído pela atenção que se manifestava em paralelo. Senti vontade de me sentar em posição de meio-lótus e reconheci que o calor estava se manifestando. A partir daí, apenas permaneci em meditação (shine no momento presente), sem me agarrar às sensações, percepções, conceitos e pensamentos que se manifestavam, aqui e ali, esparçados. Por volta das 4 da madrugada, senti algo como uma liberação da ayuhasca, que posta em palavras soa como: - segue seu caminho pois não precisa de mim. Neste momento, senti que o trabalho estava concluído em mim e que outras experiências futuras com a ayuhasca pareciam desnecessárias, manifestando-se uma forte confiança, caracterizada por contentamento, no caminho da meditação. Eu, B. (na Serpente Cósmica Vermelha) falei.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Cheiro de mar

Sento aqui, numa sala de um apê no Leblon e coloco, pouco a pouco, nossas fotos no meu Flickr e aqui ao lado um novo gadget: slides de fotos do Ipec no flickr. Hoje aprendo que a vida boa está a apenas 6 horas, no final da rota do Expresso Sul 14:50 via Dutra. (Thá)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O tipo Vata e a Acariçoba


O tipo vata é um dos 3 tipos constitutivos dos seres humanos, de acordo com a ciência ayurvédica. Os outros dois são Kapha e Pitta. Esses tipos são formados pela interação de cinco elementos considerados fundamentais pela ayurvédica: ar, éter (espaço), fogo, água e terra.
No tipo vata predominam o ar e o espaço. As características desses elementos se refletem na pessoa vata: agitação, secura, leveza, frieza. A pele dos vatas, por exemplo, é marcada pela sequidão e seu corpo é normalmente mais frio (em relação ao tipo pitta, onde o fogo é predominante), com os ossos bem aparentes, pois são magros. Emocionalmente, sua agitação se reflete em ansiedade, sendo comuns no vata problemas de insônia e nervosos, em geral.
Maior o desequilíbrio de vata, mais agitação. Daí a importâcia dos alimentos, que têm o poder de equilibrar o tipo vata (e os demais tipos). Os alimentos de Vata devem trazer um pouco do elemento terra, para "aterrar" o viajante vata (daí o gosto do tipo pela arte e o intelecto).
  • Alimentos para pacificar vata: cítricos, vegetais que crescem embaixo do solo, sementes e oleagináceas, cereais e feijões, frango e gengibre.
  • Alimentos que vata deveria evitar: frutas secas, nata, brotos, carne de vaca e de porco, óleos de milho, de soja e margarina, e açucar branco.
A acariçoba (Hydrocotylle umbellata L.), uma plantinha rasteira, também chamada de Erva-do-capitão, orelha-de-burro, barba-rosa e orelha de sapo, é benéfica ao tipo vata, pois tem ação tranquilizante. De acordo com a ayurveda, serve bem ao sistema nervoso, para estressados, estafados, insones, desconcentrados e desmemoriados! Uma panacéia!! Por sua ação tônica, beneficia anêmicos, pessoas imunologicamente debilitadas, e aquelas com envelhecimento precoce!
Atenção, em excesso pode causar dores de cabeça, náuseas, desmaios, tontura, vômito e pruridos na pele. Gestantes não devem usar a acariçoba.
(B. no Vento Planetário Branco)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Mestre, esse incompreendido!

Aprendi a definição de mestre do Osho Rajneesh:

"Um mestre não é nada mais que claridade, transparência. Para ele, coisas que estão invisíveis para você são visíveis. Sua potencialidade é algo bastante invisível, o mistério de seu ser. Mas para o mestre é quase como um livro aberto; e ele pode lê-lo".

Sobre a importância do mestre, Osho afirma:

"Ter um mestre assim, capaz de ler sua potencialidade e ajudá-lo a crescer em harmonia com sua potencialidade - não de acordo com a ideologia dele - é a maior das bençãos que você pode ter".

E sobre a ideologia do mestre:

"O mestre não tem ideologia, o mestre não é um missionário, o mestre não programa você. Pelo contrário, ele des-programa você; ele tira todas as suas ideologias, seus preconceitos, sua própria mente, para que o puro estado de vazio do seu ser possa crescer".

Finalmente, Osho sobre o mestre ideal:

"O mestre é ele mesmo, e o discípulo é também ele mesmo. E a função do mestre é provar ao discípulo que ser o que se é é a maior glória do mundo, a coisa mais esplendorosa".

(fonte: RAJNEESH, O. Ma Tzu: the empty mirror. The Rebel Publishing House. 1988)

O ponto de vista sobre o papel e a importância do mestre me remete para o grande mestre tibetano, fundador do Chagdud Gonpa Brasil, o notável Chagdud Tulku Rinpoche.

O Rinpoche uma vez definiu o mestre como um posto de gasolina. Você chegaria lá com seu veículo para abastecer. Então, talvez, você poderia dar um tempo pelo posto, porque fica no pé de uma montanha belíssima ou porque tem uma lojinha de conveniência... Mas você não vai ficar girando em torno do posto com seu veículo, você vai retomar seu caminho e seguir em sua direção. O posto e o mestre, portanto, não são o destino final.

Possam todos se beneficiar. (B. na Tormenta Ressonante Azul)